“Quero mudar, mas fico com medo de fazer a escolha errada.”

Essa frase dói. Porque ela vem carregada de verdade.

Quantas vezes você já repetiu essa frase em silêncio? Ou disse baixinho, como quem confessa um segredo incômodo? “Quero mudar, mas fico com medo de fazer a escolha errada.”

Eu entendo. Essa é uma das frases mais honestas que ouço de pessoas que estão prestes a romper ciclos, seja para mudar de carreira, começar um negócio, sair de um relacionamento, lançar uma ideia ou simplesmente viver uma vida que faça mais sentido.

E por mais que a vontade de mudar grite, o medo da escolha errada sussurra mais alto.

A ilusão de que existe uma “escolha certa”

Crescemos acreditando que existe uma decisão perfeita: um caminho certeiro, limpo, sem riscos, com 100% de garantia de sucesso. Essa ideia é reforçada o tempo inteiro — como se só valesse a pena agir quando tivermos absoluta certeza.

Mas a verdade é que essa certeza não existe. Toda escolha carrega risco, dúvida e uma pitada de imprevisibilidade. A diferença entre quem avança e quem paralisa não é a ausência de medo, mas a coragem de se movimentar mesmo com ele.

Quando eu decidi deixar Salvador aos 17 anos para empreender em São Paulo, eu não tinha certeza de nada. Só sentia que precisava me mover. Quando lancei minha primeira empresa, não tinha todas as respostas. E quando me tornei a Shark mais nova da América Latina, ainda existiam dúvidas dentro de mim.

Mas eu me movi.

Medo do erro ou medo da exposição?

Muitas vezes, o medo não é da escolha em si — é do que vão pensar se ela der errado. É o medo de parecer incoerente, inconstante, de ouvir “eu avisei”. É o medo de se mostrar vulnerável, de recomeçar do zero, de decepcionar expectativas que nem eram suas.

Mas deixa eu te dizer uma coisa que aprendi vivendo e observando tantas histórias dentro da Inventivos, nos bastidores do Shark Tank Brasil e nas mentorias de marca pessoal que conduzo: errar faz parte do caminho de quem se reinventa. As pessoas que você admira hoje já erraram muito antes de acertar em cheio.

Mudar é se escolher

Toda mudança começa com um gesto de autorrespeito. Quando você decide mudar, não está apenas rejeitando uma realidade, está se escolhendo.

Está dizendo: “Eu mereço uma vida mais alinhada com quem eu sou.” “Eu confio em mim o suficiente para construir algo novo.” “Eu posso errar, mas vou aprender. E não vou ficar parada onde não faz mais sentido.”

E se a escolha “errada” for o que você mais precisava?

Talvez o que hoje você chama de erro seja o passo mais necessário da sua evolução. Talvez o desvio te leve exatamente onde você precisava chegar, mesmo que não pareça fazer sentido agora.

Não existe crescimento sem desconforto. Não existe transformação sem risco. Mas existe algo ainda mais perigoso do que errar: ficar presa em algo que você já superou, por medo de decepcionar uma expectativa que nem era sua.

Você não precisa de garantia. Precisa de movimento.

Se esse texto te encontrar hoje naquele lugar entre a vontade de mudar e o medo da escolha errada, quero te lembrar: você não precisa de todas as respostas para começar. Você só precisa dar o próximo passo com consciência e coragem. O resto, você constrói no caminho.