Menos é mais no mundo dos negócios?
Mito ou realidade para startups?
Durante as inscrições para a primeira edição do Inventivos Talks, um ambiente para conversas inspiradoras, práticas e sem filtro com empreendedores relevantes do mercado em Salvador, o time da Inventivos recebeu a seguinte pergunta: Menos é mais?
De imediato, você pode até achar essa pergunta boba ou simples demais. Mas você já conseguiu respondê-la? Pois é, vamos lá!
Vivemos uma sociedade da performance. Ou melhor (ou pior), da alta perfomance. Tudo precisa ser muito, tudo precisa mais, tudo precisa ser o número um. Estou falando aqui em termos econômicos, mas também psicológicos. Você se sente mal quando não consegue mais, não alcança o objetivo mais rápido, mais cedo, tudo é mais!
Vou até utilizar o livro clichê, mas necessário, que se chama “Sociedade do Cansaço”, do autor Byung-Chul Han:
A sociedade do século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais “sujeitos de obediência”, mas sujeitos de desempenho e produção.
Vivemos essa realidade.
E no mundo dos negócios?
A mesma coisa acontece em nossas empresas. Por querermos sempre mais, todo dia encontramos alguma justificativa sem fundamento para acrescentar uma nova funcionalidade em nosso produto.
Assim como você fica indeciso ou indecisa para tomar decisões diante de tantas opções de bola de sorvete, seu cliente também fica indeciso sobre qual funcionalidade usar para alcançar o resultado que ele busca. No final do dia, ele não decide e também fica frustrado. Quando você fizer uma breve pesquisa de Net Promoter Score (NPS), provavelmente irá confirmar o que estou compartilhando aqui.
Uma frase que me marcou muito enquanto estive no cargo de repórter do Profissão Repórter, da Rede Globo, foi quando Caco Barcellos virou pra mim e disse:
O melhor editor é aquele que sabe cortar.
Desde então entendi que menos pode ser mais, principalmente no mundo dos negócios.
Exemplos reais
A Apple é conhecida por seu design minimalista e pela simplicidade de seus produtos. Desde o lançamento do iPod até o iPhone e o MacBook, a empresa prioriza a experiência do usuário em detrimento de recursos excessivos.
A Dropbox é um exemplo de sucesso de uma abordagem simples e direta para armazenamento em nuvem. Em vez de sobrecarregar sua plataforma com recursos desnecessários, eles se concentraram em oferecer uma solução de armazenamento simples e confiável, o que resultou em uma ampla base de usuários.
O Airbnb é um exemplo de uma plataforma que simplificou radicalmente a forma como as pessoas encontram acomodações. Em vez de oferecer uma ampla gama de opções complicadas, eles se concentraram em oferecer uma interface intuitiva e fácil de usar, facilitando aos usuários encontrar e reservar acomodações de forma rápida e eficiente.
O que fazer?
Assim, quando sentir a tentação de adicionar mais uma função ao produto que você entrega para o seu cliente, lembre-se de que:
Adicionar muitas novas funcionalidades pode fazer com que o produto perca seu foco principal e desvie a atenção do que realmente importa. Ter menos funcionalidades, mas todas bem definidas e alinhadas com o objetivo principal do produto, pode torná-lo mais eficiente e fácil de usar.
Quanto mais coisas um produto pode fazer, mais complicado ele se torna. Isso pode fazer com que seja mais difícil para as pessoas usá-lo e aprender como funciona. Na verdade, as pessoas geralmente preferem produtos que são fáceis de entender e usar, mesmo que tenham menos recursos.
Cada vez que adicionamos algo novo ao produto, precisamos gastar tempo e recursos para desenvolvê-lo, testá-lo e mantê-lo funcionando. Isso pode deixar a equipe de desenvolvimento muito ocupada e fazer com que os custos de suporte técnico aumentem. Além disso, quanto mais coisas o produto pode fazer, maior é a chance de aparecerem erros e problemas técnicos.
Quando adicionamos novas funcionalidades ao produto sem ouvir o que os usuários têm a dizer, podemos acabar tomando decisões erradas e gastando recursos à toa.
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